sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Gostava de saber porque é que quanto menos queremos saber duma pessoa, mais ela nos aparece na vida, mais nos falam dela, mais nos dizem coisas que nos fazem lembrar dela. É assim tão difícil perceber as palavras "Não quero saber"?
Porque é verdade, não quero, mas não quero mesmo.
Que sejam felizes ou infelizes,não me importa. É-me igual.
Falarem-me dessas pessoas, é como se me falassem do tempo...Vazio e Aborrecido.
Aprendem...o que no passado está.. no passado fica.


Feito dia 22 de Setembro de 2009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O que há em mim é sobretudo cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...

                      Álvaro de Campos
Este poema, é uma grande parte de mim «3 amei-o *-*